O vazio que nos completa:
- Psicólogo Rudi Maciel
- 30 de set. de 2018
- 2 min de leitura
Em linhas gerais, o sujeito humano está sempre tentando encontrar um objeto capaz de preencher seu vazio existencial. Nesse movimento, encontra e elege um objeto, elevando-o à categoria de ideal, (ideal que pode estar representando uma pessoa, um país, uma causa), acreditando que esse ideal poderá tamponar sua falha estrutural.

Entretanto, tal vazio é impreenchível [...] [...] o sujeito é marcado por uma falta e essa falta, esse vazio, é o que institui o desejo, responsável por impulsioná-lo na vida em busca de uma causa, um sonho, algo que dê sentido a sua existência. Na incessante procura de preencher sua falta estrutural, o sujeito idealiza um objeto, com o qual se liga, experimentando a falsa ideia de completude (RIGO, S. C. 2013).
Tratando que o dito acima seja verdade. Significa que o tempo todo usamos descaradamente o outro para satisfazer a nós mesmos?
Vale algumas reflexões: A primeira é, se isso é verdade, a sensação de usar e ser usado é inerente, tal sensação ocorrerá em todo e qualquer relacionamento com 1 ou mais pessoas. Não obstante, na validação dessa teoria, todos somos culpados de "usar e sermos usados".
Agora, isso significa que tal atitude é errada? De maneira alguma, se todos fazemos isso, não há motivo para culpar/julgar alguém por tal ato.

A partir disso, penso que para que alguma relação dure, seja ela tangenciada por amizade, por paixão ou amor, ela precisa partir de uma via de mão dupla, consciente na qual um preencha o vazio do outro. Isso requer extremo esforço mental para ir contra a lógica inconsciente de que apenas preencheremos o nosso buraco e ignoraremos o vazio alheio.
Não é, e nunca foi uma tarefa fácil, e talvez é nas horas mais sombrias em que os indivíduos mostram-se até onde estão dispostos e/ou são capazes de realizar tais tarefas: exigir o tamponamento de seu vazio e dispor-se a preencher o outro.
Ultimamente venho tendo várias reflexões baseadas em leituras de artigos. Deixo claro que trata-se apenas de uma hipótese, uma ideia, que pode ou não explicar algo, podendo fazer sentido ou não, e jamais, em hipótese alguma, coloca-la como verdade absoluta.
Pois certezas só há duas: A primeira é a morte, e a segunda é o show da virada do Roberto Carlos na TV Globo. Fora isso, vivemos em uma mar de incertezas na qual a única maneira é arriscar, sofrer, aprender, evoluir, replanejar, arriscar...
EU TENHO QUE PARAR DE TOMAR ESSAS CAPSULAS DE CAFEÍNA!.
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